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Cetáceos - baleias e golfinhos

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INTRODUÇÃO

Os cetáceos (baleias, botos e golfinhos), juntamente com os sirênios (peixe-boi), são os únicos mamíferos marinhos que passam toda a vida na água. O nome Cetáceo vem do grego Ketos que significa baleia ou monstro marinho.

Os ancestrais mais próximo dos cetáceos eram mamíferos terrestres, quadrúpedes, semelhantes a lobos ou hienas, pertencente ao grupo do mesoniquídeo (Mesonychidea). Esses animais sofreram várias modificações morfológicas e para se adaptarem ao ambiente aquático e adquirirem a forma dos atuais cetáceos.

As baleias, botos e golfinhos apresentam pele lisa e contornos suaves para tornar os seus corpos mais hidrodinâmicos. Sua anatomia interna e fisiologia também sofreram adaptações para mergulhos mais profundos e demorados.

Estudos bioquímicos e genéticos, além do estudo dos fósseis, sugerem que os atuais cetáceos apresentam uma relação muito próxima com os ungulados, tais como cavalos, vacas e porcos. Isso é reforçado através da existência de fósseis de 50 milhões de anos, que nos levam a perseguir o ancestral comum dos cetáceos e ungulados.

A ordem Cetacea está dividida em três sub-ordens: Odontoceti (cetáceos com dentes), Mysticeti (cetáceos com barbatanas) e Archaeoceti. As duas primeiras englobam as atuais 72 espécies viventes e a última é composta apenas por espécies já extintas.

Os odontocetos apresentam diversas características que os diferem dos misticetos, como o aparato alimentar, número de orifícios respiratórios, tamanho, entre outras.

ASPECTOS BÁSICOS DA ANATOMIA

Ocorreram várias adaptações nos cetáceos para sua sobrevivência no ambiente aquático, seus corpos passaram a ter uma forma hidrodinâmica, onde o contorno suave e a pele lisa facilitam o deslocamento na água, que é promovido principalmente através de movimentos da forte musculatura de suporte da nadadeira caudal horizontal, que se move no sentido vertical. A nadadeira dorsal presente em algumas espécies ajuda a manter o equilíbrio e direcionamento do corpo. As aberturas nasais (espiráculos) encontram-se no alto da cabeça, existindo uma espécie de válvula que impede a entrada de água.

Os cetáceos apresentam uma espessa camada de gordura, denominada "blubber", que funciona como um isolante térmico.

Os membros posteriores estão ausentes e os anteriores não apresentam dedos individualizados externamente, tendo a forma de remos, e são usados para a manutenção da estabilidade durante o nado.

Os cetáceos modernos possuem ossos compactos nos ouvidos, espaços entre os ossos para depósito de gorduras, sacos aéreos para isolar os ouvidos do crânio, um longo palato e, com exceção das peitorais, nenhuma nadadeira apresenta ossos. Permanece ainda um resquício de cintura pélvica, com algum vestígio de musculatura ventral.

Existem poucas diferenças nos órgãos internos dos cetáceos em relação aos outros mamíferos, comparando com o homem eles apresentam um número de alvéolos bastante elevado, duas camadas de capilares revestindo os alvéolos, permitindo que eles necessitem de um menor tempo na superfície para realizar as trocas gasosas. A pleura é muito mais espessa e há tecido cartilaginoso constituindo os pulmões dando maior resistência às fortes pressões provocadas pelo aumento da profundidade.

A maior parte das costelas dos golfinhos não está ligada ao externo, e as que se encontram ligadas, estão conectadas de modo que permitam que a caixa torácica se comprima, em altas pressões, sem provocar danos ao animal. O crânio é direcionado para frente e alinha-se com a coluna cervical e a lombar, que na maioria das espécies estão fundidas. Podem apresentar barbatanas (Misticetos) ou uma única fileira de dentes (monofiodontes) e iguais (homodontes), características dos odontocetos, com exceção do narval (Monodon monocerus) que apresenta apenas um dente incisivo modificado em forma de lança, projetado para frente.

ORIGEM E EVOLUÇÃO

Aparentemente os cetáceos se originaram da família Mesonychidae, um grupo de carnívoros predominantemente terrestres parecidos com lobos ou hienas.

Os cetáceos mais antigos foram os arqueocetos, um grupo basal parafilético que surgiu hà aproximadamente 50 milhões (Eoceno médio) e são conhecidos por fósseis encontrados em várias partes do mundo, tais como: sudeste dos Estados Unidos, Egito, Antártica e principalmente no Paquistão, depositados em sedimentos, quando essas regiões estavam abaixo do nível do mar. Cientistas acreditam que os mesmos se alimentavas de peixe e tinham comprimento variando de 2,5 a20 metros.

As narinas dos mesoniquídeos estão localizadas na extremidade do focinho, numa típica posição de mamíferos. Durante a evolução para os arqueocetos as narinas moveram-se para o topo da cabeça. Esse processo é denominado telescopia, e é causado por uma migração em direção posterior dos ossos pré-maxilares e maxilares. Estes ossos formam grande parte do teto anterior do crânio e também um longo "bico" (rostro) e as aberturas nasais. Com isso a respiração das baleias e golfinhos quando na superfície tornou-se mais fácil. Por muitos anos os cetáceos ancestrais tinham que levantar o focinho fora d’água para respirar, agora só necessitam expor o topo do dorso para respirar.

Outro fator que é destaque na história evolutiva dos cetáceos é a modificação na organização dos dentes. Nos arqueocetos os dentes eram como na maioria dos mamíferos atuais, heterodontes (dentes diferentes para diferentes finalidades), os dentes da frente são cônicos e pontiagudos, possivelmente para agarrar os peixes, e os traseiros são como lâminas para cortar as presas em pedaços. Os cetáceos evoluíram e seus dentes mudaram, hoje a maioria deles são homodontes e o número de dentes varia de acordo com o tipo de alimento predado. Eles utilizam para perfurar suas presas, mas não os mastigam, engolindo-as inteiras.

Aparentemente os ancestrais dos cetáceos se distribuíam ao longo da margem ocidental do Mar de Tethys, que era um mar raso e provavelmente muito rico.

Estimativas para a datação da divergência entre Mysticeti e Odontoceti, a partir de um ancestral comum, variam de 25 a 35 milhões de anos atrás, dependendo se as estimativas são calibradas a partir de dados morfológicos ou moleculares. Há evidências de que alguns misticetos arcaicos possuíam tanto dentes quanto barbatanas. Formas posteriores mais derivadas de misticetos ainda não estão claras, devido a conflitos entre dados morfológicos e moleculares.

As relações entre os odontocetos são tão ou mais controversas do que a monofilia deste grupo, no entanto, há consenso, tanto a partir de dados morfológicos como moleculares, de que as baleias bicudas (fam. Ziphiidae) e os cachalotes são odontocetos basais, ou seja, são menos derivados do ancestral que deu origem a todos os odontocetos. A relação entre as linhagens de odontocetos atuais necessita de mais estudos para ser resolvida.

ALGUNS ANCESTRAIS E SEUS PERÍODOS GEOLÓGICOS

EOCENO (55 - 38 MILHÕES DE ANOS atrás)

No final do Eoceno, os cetáceos careciam de patas posteriores e tinham somente nadadeiras parecidas com remos nas dianteiras, assim não podiam deslocar-se com facilidade na terra. Os arqueocetos evoluíram e começarão a nascer na água. Esse importante passo libertava-os da vida terrestre para uma vida inteiramente aquática.

    • PROTOCETOS (50 milhões de anos)

Somente um pequeno crânio foi encontrado no Egito. Assim como os modernos cetáceos, eles possuíam um longo e fino rostro, porém o espiráculo ainda localizava-se na extremidade do mesmo. Os dentes apresentam-se em uma fileira simples. Possuíam ainda um "osso auditivo", a bula, provavelmente adaptada à vida aquática. O corpo do Protocetos é incerto, mas acredita-se que ainda tinha patas posteriores.

    • BASILOSAURUS (Zeuglodon)

Seus ossos foram achados na Nova Zelândia, Antártica e nas ilhas Seymour, sugerindo que eles teriam habitado o Hemisfério Sul. Seus fósseis foram datados de aproximadamente 38 – 45 milhões de anos, pertencendo à família Basilosauridae.

Apresentavam pélvis e fêmur vestigiais, dentes possuindo muitas cúspides. Os processos da base do crânio eram largos, com feições dos atuais cetáceos.

MIOCENO (24 – 5 milhões de anos atrás)

Durante o Mioceno, uma grande quantidade de cetáceos, tanto odontocetos quantos misticetos, habitavam o mundo. Versões antigas dos modernos cetáceos dividiam as águas com formas, hoje em dia extintas. Como por exemplo, os Squalodontes, predadores com destes parecidos aos de tubarões e tamanho e forma próximas às de golfinhos, desapareceram há cerda de seis milhões.

A toda hora a evolução trás mudanças nas formas dos animais, número de espécies vivas e onde vivem. Alterações no habitat desses animais podem ocasionar mudanças dramáticas em certas espécies ou em todos os organismos que vivem nessas áreas.

    • MAMMALODON (24 milhões de anos)

Seus fósseis foram encontrados na Austrália. Seu crânio e equipado com um Curto e largo rostro associado com uma caixa cerebral longa e uma capacidade de flexionar a maxila superior contra a inferior. Este é um possível da baleias.

    • SQUALODONTE (24 milhões de anos)

O numero de formas primitivas de odontocetos é maior do que nos misticetos. Fósseis apresentam diversidade na forma e numero de dentes, comprimento e forma do crânio, o que sugere que já existia uma imensa variedade de odontocetos há 25 milhões de anos.

Um dos mais importantes foi o Squalodonte, que possuía dentição parecida com a dos tubarões (dentes triangulares e serrilhados), o que sugere um hábito alimentar carnívoro. Tinham um tamanho comparado a médios e pequenos golfinhos.

Foram encontrados em diversas rochas por todas as partes do mundo e desapareceram há seis milhões de anos.

SISTEMÁTICA

A monofilia dos cetáceos (ordem Cetacea) é amplamente aceita atualmente, contudo ainda há algumas controvérsias sobre se os artiodátilos (ungulados com dedos ímpares, incluindo antílopes, camelos, veados, porcos e hipopótamos) seriam os animais atuais mais próximas dos cetáceos ou se alguns artiodátilos (i. e. fam. Hippopotamidae) seriam mais similares aos cetáceos do que outros artiodátilos. A primeira hipótese é apoiada pelos morfologistas, enquanto que a segunda é apoiada por sistematas moleculares.

Os cetáceos atuais se dividem em duas subordens: Odontoceti e Mysticeti, e encerram as 72 espécies encontradas em todo o mundo.

As baleias atuais (misticetos) são caracterizadas pelo seu aparato mandibular altamente diferenciado, onde foram perdidos os dentes e houve o surgimento de placas de tecido epitelial cornificado (barbatana ou "baleen") que ficam suspensas pelo céu-da-boca e servem para filtrar o alimento da água. De um modo geral todas as baleias são animais grandes e possuem cabeça proporcionalmente grande. Em nenhuma espécie de misticeto há fusão da sínfise mandibular, havendo ligação dos dois ramos mandibulares unicamente através de tecido conectivo e ligamentos. Observa-se dois orifícios respiratórios (espiráculos).

A sub-ordem Mysticeti é dividida em 4 famílias e compreende 12 espécies. A filogenia dos misticetos ainda não está completamente resolvida, havendo resultados conflitantes entre diversos estudos moleculares e entre estes e estudos morfológicos.

A monofilia da sub-ordem Odontoceti é outra área de controvérsia. Alguns dados de seqüências moleculares apoiam uma maior proximidade de cachalotes (fam. Physiteridae) e as baleias (sub-ordem Mysticeti) do que entre estes e os outros odontocetos.

A sub-ordem Odontoceti está dividida em 10 famílias, nas quais estão distribuídas as 60 espécies de botos e golfinhos atualmente existentes. Botos e golfinhos são apenas denominações populares, não existindo categorias taxonômicas diferentes para cada um.

ECOLOGIA

Os cetáceos são mamíferos altamente adaptados à vida aquática. Ocupam desde rios, como o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis) até zonas de alta profundidade do oceano, como a baleia-fin (Balaenoptera physalus). A baleia-fin e outras como a baleia jubarte (Megaptera novaeangliae) apresentam um comportamento migratório em que elas se alimentam em regiões polares e se reproduzem em áreas tropicais. Possuem um complexo relacionamento social, com diversas categorias de comportamento, que vêm sendo alvo de diversos estudos atualmente. Costumam formar grandes grupos, algumas espécies como o Sotalia guianensis chegam a formar grupos de 80 indivíduos. Outras espécies podem formar grupos ainda maiores.

AMEAÇAS

Diversas são as formas de ameaça aos cetáceos. Poluição dos habitats, capturas acidentais (em redes de espera) e intencionais (com arpões), acidentes com embarcações, sem contar que, em alguns países ainda é permitida a caça de cetáceos, são apenas algumas das ameaças sofridas por estes animais . No brasil a captura, moléstia e perseguição de qualquer animal, sem a devida autorização dos órgãos competentes, é proibida. Para os cetáceos existem ainda outras medidas jurídicas de proteção:

Portaria nº N-011, de 21 de Fevereiro de 1986

"Proibir, nas águas sob jurisdição nacional, a perseguição, caça, pesca ou captura de pequenos Cetáceos, Pinípedes e Sirênios."

Lei nº 7.643, de 18 de Dezembro de 1987

"Fica proibida a pesca, ou qualquer forma de molestamento intencional, de toda espécie de cetáceo nas águas brasileiras."

Portaria nº 2.306, de 22 de Novembro de 1990

"Fica proibido qualquer forma de molestamento intencional a toda espécie de cetáceo nas águas jurisdicionais brasileiras."

CETÁCEOS REGISTRADOS NA COSTA DE ILHÉUS

A cidade de ilhéus possuei um vasto litoral onde já foram registradas 10 espécies de cetáceos. É provável que outras espécies também ocorram neste litoral, já que a ocorrência desses animais vem sendo relatada apenas por encalhes. Uma espécies merece atenção especial, é o boto-cinza (Sotalia guianensis). Está espécie é facilmente encontrada nas praias, estuários e rios da cidade, tendo sido registra no Rio Cachoeira a mais de 5 Km do litoral. Grupos de até 25 indivíduos já foram observados na praia da Badusca, próximo ao Morro de Pernambuco. Esta espécies vem apresentando uma preferência por águas mais turvas, que pode estar relacionada com uma maior disponibilidade de alimento no local quando a água apresenta esse nível de turbidez . A Baleia Jubarte também tem sido avistada com relativa facilidade durante o seu período nas águas tropicais (de julho a novembro). É nesse período, principalmente após o mês de setembro, que são registrados os encalhes, geralmente filhotes, no litoral da cidade (FERREIRA et al, 2004).

MISTICETOS

1. Baleia-jubarte

Megaptera novaeangliae

Várias ocorrências

ODONTOCETOS

2. Baleia-bicuda-de-cuvier

Ziphius cavirostris

2 ocorrências

3. Cachalote

Physeter macrocephalus

6 ocorrências

4. Golfinho-de-dentes-rugosos

Steno bredanensis

2 ocorrências

5. Boto-cinza

Sotalia guianensis

É comumente encontrado em estuários como a Baia-do-Pontal.

6. Orca

Orcinus orca

1 ocorrência

8. Golfinho-cabeça-de-melão

Peponocephala electra

1 ocorrência

9. Baleia-piloto-de-peitorais-curtas

Globicephala macrorhynchus

1 ocorrência

10. Stenella sp.

1 ocorrência

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BATISTA, R.L.G.; SANTOS, U.R. & REIS, M.S.S. Registro de Cetáceos no Litoral de Ilhéus-Bahia, Brasil. 8º Reunião de Trabalho de Especialistas em Mamíferos Aquáticos da América do Sul. 2º Congresso da Sociedade Latinoamericana de Especialistas em Mamíferos Aquáticos. SOLAMAC. Livro de Resumos. Olinda, 1998.

CARVALHO, F.L.; BATISTA, R.L.G.; BAUMGARTEN, J. Efeito da turbidez da água na ocorrência e atividade do boto Sotalia guianensis na praia da Badusca, Ilhéus - BA: resultados preliminares. In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UESC, 10, 2004. Anais...UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, 2004.

FERREIRA, H., BATISTA, R.L.G., MELO, S.C.O., CARVALHO, F. L., BAUMGARTEN, J. Registros de Encalhes de Neonatos de Jubarte (Megaptera novaeagliae) no Litoral de Ilhéus-BA In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UESC, 10, 2004. Anais...UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ, 2004.

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