Como classificamos os seres vivos? A necessidade de distinguir o que poderia representar alguma forma de perigo ou que apresentava-se comobenefícios estimulou os homens primitivos, que viviam em cavernas a desenvolver os princípios da identificação, da seleção dos organismos; que simplesmente significava estar vivo no dia seguinte. Antes do advento da genética moderna, os seres vivos eram divididos conforme suas características,é o que chamamos de Taxonomia (do Grego taxon, categoria, grupo e nomos, conhecimento).

Na Grécia antiga, o filósofo Aristóteles classificava os organismos conforme o ambiente em que eles viviam (aéreos, terrestres e aquáticos); Santo Agostinho (século IV) classificou os animais em úteis, nocivos e indiferentes ao homem. Foi a partir do Renascimento que os cientistas passaram a classificar os organismos conforme suas características intrínsecas, enão mais com critérios externos a eles.

Um dos mais importantes naturalistas foi Carl von Linné ou Carolus Linnaeus que em 1758 publicou a 10^a edição de sua grande obra, Systema Naturae; que a partir de então, foi finalmente aceitapela comunidade científica da época e adotada como referência principal na Taxonomia. Neste livro Linné propunha um sistema de classificação de todos os organismos baseado na suas semelhanças. Este sistema foi muito bem aceito até o século XIX, e continua servindo de base para o pensamento de toda a taxonomia e as ciências biológicas atuais. O Sistema de Linné utiliza 2 categorias para designar cada tipo de organismo: gênero e espécie. A língua utilizada nessas categorias é o Latim. É o sistema de Nomenclatura Binomial (“dois nomes” em Latim). O gênero é uma categoria mais abrangente, que inclui várias espécies.

Além dessas 2 categorias, Linné criou outras, aindamais abrangentes, que se organizam da seguinte forma: Reino > Filo > Ordem > Família > Gênero > Espécie.

Os indivíduos de uma sp são subdivididos em grupos menores, as subespécies, raças ou variedades, que diferem entre si, geralmente como resultado de uma distribuição geográfica diferente.

Duas ou mais spp que tenham certo número de caracteres comuns constituem um gênero, doisou mais gêneros que possuam alguns caracteres comuns constituem uma família; duas ou mais famílias que apresentem caracteres comuns constituem uma ordem; duas ou mais ordens que tenham um certo número de caracteres comuns constituem uma classe; duas ou mais classes que possuam caracteres em comum constituem um filo. O conjunto de todos os filos constitui o Reino.

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Os princípios do sistema de classificação criados por Lineus estão em constante aperfeiçoamento. Empregamos atualmente as seguintes categorias sistemáticasno Reino Animal : ReinoAnimalia ,FiloChordata ,Classe Mammalia ,OrdemCarnivora ,FamíliaCanidae,Gênero : Canis,Espécie : familiares. Além destas categorias sistemáticas podemos utilizar de outras intermediárias como: sub - filo, sub - classe, super-ordem, super - família, etc; para demonstrar graus de parentescosmais estreitos.

As regras da Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica (CINZ) são publicadas regularmente no seu veículo de divulgação : Bulletin of Zoological Nomenclature. A CINZ sugere que façamos uso das seguintes categorias estabelecidas: Reino, Filo, Subfilo, Superclasse, Classe, Subclasse, Coorte, Superordem, Superfamília, Família, Subfamília, Tribo, Gênero, Subgênero, Espécie, Subespécie. Lembrando mais uma vez , que todos os nomes acima são categorias , um grupo atual de animal que é colocado em determinado nível de categoria forma um taxa.

Os nomes dados a animais e plantas são normalmente descrições de algum lugar, ou talvez alguma indicação da área geográfica de suas ocorrências. Podem também serem nomes escolhidos para homenagear determinada pessoa, por uma razão ou por outra.Apesar da forma de classificação de Linné continuar basicamente a mesma, a base do seu pensamento mudou muito.

Para Linnée os cientistas de sua época, a taxonomia tinha um fim em si mesma : servia para demonstrar a ordem inerente e inalterável da Criação Bíblica. Por essa perspectiva, dedicar a vida a descrever e nomear de forma precisa todos os organismos era um ato religioso, pois mostrava a extrema complexidade da vida criada por Deus.

Esta visão estática da natureza foi modificada aproximadamente na metade do século XIX por um pequeno número de cientistas (naturalistas) radicais, ressaltando – se o mais conhecido :Charles Darwin; que coletou evidências conclusivas de que uma evolução das formas de vida havia ocorrido. Além disso, propôs a “seleção natural” como mecanismo responsável por essas mudanças. A partir da aceitação da teoria de Darwin, a classificação biológica passou a ser entendida, por muitos cientistas, como reflexo das distâncias evolucionárias e das relações entre os organismos.

Texto: Prof. Ricardo Cabral

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