Esponjas são animais sésseis, de estrutura celular normalmente simples, apresentando uma miríade de matizes e formas. A maioria é provida de esqueleto interno provido de espículas calcáreas e silicosas, podendo estar acompanhadas de fibras orgânicas. Este conjunto suporta e por vezes dá forma ao tecido vivo que é formado por células de aspecto e funções peculiares. É interessante que ainda não temos registro da atividade tóxica das esponjas. Por outro lado, Nonato In SCHVARTSMAN (1992) comenta que possivelmente os acidentes registrados por pescadores tenham sua origem em outros organismos presentes sobre as mesmas.

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Existem registros da ocorrência de Sagartia spp, que coexistem sobre esponjas; sendo responsáveis por alguns acidentes dérmicos. Adicionalmente registramos a importância das esponjas silicosas (Demospongiae) como responsáveis por dermatites, apresentando sintomas similares aos causados pelo contato com a seiva vegetal de Rhus sucedanea eR. toxicodendron; que em indivíduos sensíveis, podem provocar irritação cutânea e edema local difuso. Possivelmente alguns acidentes decorrentes da manipulação imprudente são oriundos das tentativas deliberadas de testar sua consistência por compressão entre os dedos; que desta forma, propicia a penetração através da pele de inúmeras espículas, que podem ser responsabilizadas por dermatites, na maioria dos casos, com significativa gravidade para qualquer desatento e desenformado. Além da necessidade de tratamento médico imediato, em situações de emergência é tradicionalmente sugerido que se faça uma cuidadosa higienização do local , adicionando soluções anti-sépticas, somado a intenção de minimizar a dor. Entretanto simplesmente porque trata-se de uma dermatite por hipersensibilização; que dependendo de cada história alérgica pessoa, conhecida ou não. Pode redundar em algum agravamento em médio e longo prazo. Sugerimos não esperar. Possivelmente deverá ser administrado anti-histamínicos e corticosteróides tópicos e em alguns casos corticosteróides sistêmicos e epinefrina.

Considerando o quadro que pode originar; é importante a retirada do acometido do local, e além da assepsia local com soluções de emergências paliativas, é fundamental procurar um médico com urgência, acompanhado do animal responsável pelo acidente (é o ideal), para estudo e seu reconhecimento por especialistas do grupo. Desta forma, possivelmente poderemos estar contribuindo para melhorar nosso conhecimento sobre os cuidados necessários na manipulação deste grupo de organismos, além de evitar o agravamento do acidente por automedicação; que descartamos em qualquer hipótese, principalmente levando em conta os riscos e responsabilidade desta ação.

Texto: Prof. Ricardo Cabral (UESC)

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