OBrasill.com - a sua página inicial.EDUCAÇÃO 

Teoria da aprendizagem de Piaget


PORTAL DE EDUCAÇÃO                     OBrasill.com

.

.

Página Inicial|Informática|Educação|Biologia|MegaLoja|Serviços gratuitos

.

Aproveite os menores preços de computadores essa semana. Compare os preços

 

“Cada vez que se ensina prematuramente a uma criança alguma coisa que ela poderia descobrir sozinha, impede-se que ela invente aquela coisa e, em conseqüência, que a entenda completamente” (Piaget, 1970, p. 28-29).

Piaget trabalhou compulsivamente em seu objetivo, de estudar a gênese da inteligência até as vésperas de sua morte, em 1980, aos oitenta e quatro anos, deixando escritos aproximadamente setenta livros e mais de quatrocentos artigos. Desde muito cedo Jean Piaget demonstrou sua capacidade de observação. Aos onze anos percebeu um melro albino em uma praça de sua cidade. A observação deste pássaro gerou seu primeiro trabalho científico. Formado em Biologia interessou-se por pesquisar sobre o desenvolvimento do conhecimento nos seres humanos. Daí o nome dado a sua ciência de Epistemologia Genética, que é entendida como estudo dos mecanismos de formação do conhecimento lógico – tais como as noções de tempo, espaço, objeto, causalidade etc. – e da gênese (nascimento) e a evolução do conhecimento humano.

Publicidade - Encontre os menores preços de Pen drive e MP3 Player / MP4 Player em lojas confiáveis.

Para Piaget o comportamento dos seres vivos não é inato, nem resultado de condicionamentos. Para ele o comportamento é construído numa interação entre o meio e o indivíduo. Esta teoria epistemológica (epistemo = conhecimento; e logia = estudo) é caracterizada como uma visão interacionista do desenvolvimento. A inteligência do indivíduo, como adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a complexidade desta interação do indivíduo com o meio. Em outras palavras, quanto mais complexa for esta interação, mais “inteligente” será o indivíduo.

Segundo Parreiras, Piaget fala que a construção da inteligência se dá, em etapas ou estágios sucessivos, com complexidades crescentes. O s estágios de desenvolvimento Genético-Cognitivo são os seguintes:

vPeríodo Sensório-Motor - do nascimento aos 2 anos, aproximadamente, etapa básica manipulativa. A ausência da função semiótica é a principal característica deste período. A inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência eminentemente prática. Sua linguagem vai da ecolalia (repetição de sílabas) à palavra-frase ("água" para dizer que quer beber água) já que não representa mentalmente o objeto e as ações.

vPeríodo pré-operatório ou Simbólico ou Intuitivo - dos 2 anos aos 7 anos, aproximadamente. Etapa intuitiva e de aprendizagem instrumental básica. Neste período surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc.. Podendo criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico. Com a capacidade de formar imagens mentais pode transformar o objeto numa satisfação de seu prazer (uma caixa de fósforos em carrinho, por exemplo). É também o período em que o indivíduo “dá alma” (animismo) aos objetos ("o carro do papai foi 'dormir' na garagem"). A linguagem está em nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos outros. Duas crianças “conversando” dizem frases que não têm relação com a frase que o outro está dizendo. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo. Não há liderança e os pares são constantemente trocados.

vPeríodo Operatório Concreto - dos 7 anos aos 11 /12anos, aproximadamente. É o período em que o indivíduo consolida a construção das operações subjacentes às quais se encontram as possibilidades intelectuais do período. Tais operações são o resultado de ações mentais interiorizadas e reversíveis. No inicio desta fase do pensamento lógico-concreto a lógica infantil está, ainda muito dependente da manipulação concreta de objetos, e de relações entre objetos. Entende que as conservações de número, substância, volume e peso não acarretam, necessariamente, a mudança de quantidade. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho (grandeza), incluindo conjuntos, organizando então o mundo de forma lógica ou operatória. Sua organização social é a de bando, podendo participar de grupos maiores, chefiando e admitindo a chefia. Já podem compreender regras, sendo fiéis a ela, e estabelecer compromissos. A conversação torna-se possível (já é uma linguagem socializada), sem que, no entanto possam discutir diferentes pontos de vista para que cheguem a uma conclusão comum.

vPeríodo Operatório Lógico Formal ou Abstrato - dos 12 aos 16 anos em diante, em que acaba a construção de estruturas intelectuais próprias do raciocínio hipotético-dedutivo, que é característico nos adultos. É o ápice do desenvolvimento da inteligência e corresponde ao nível de pensamento hipotético-dedutivo ou lógico-matemático,onde a criança. É quando o indivíduo está apto para calcular uma probabilidade, libertando-se do concreto em proveito de interesses orientados para o futuro. É, finalmente, a “abertura para todos os possíveis”. A partir desta estrutura de pensamento é possível a dialética, que permite que a linguagem se dê a nível de discussão para se chegar a uma conclusão. Sua organização grupal pode estabelecer relações de cooperação e reciprocidade.

Segundo Palácios & Zambrano (1994), “para Piaget, a interação constante dos indivíduos com o ambiente produz mudanças evolutivas. O resultado dessas interações não é uma cópia do que a pessoa experimentou, mas uma construção mental da realidade”.

Em toda essa interação com o mundo exterior, há sempre uma interpretação dos dados em função do sistema cognitivo que se possui, o que Piaget chama de “processo de assimilação”, produzindo-se, por outro lado, uma adaptação do próprio indivíduo à estrutura do meio, que se conhece como “processo de acomodação” (Palacios & Zambrano, 1994).

Palácios & Zambrano (1994) fala que para se aplicar o modelo psico-evolutivo de Piaget na sala de aula, seria necessário considerar o nível evolutivo dos alunos num determinado curso e selecionar o tipo de conhecimentos que eles podem aprender. Além disso, e considerando o papel transcendental que, para Piaget, desempenha na aprendizagem o conflito cognitivo, tal conflito deveria ser provocado com freqüência no ensino para ativar o processo de equilíbrio, característica da aprendizagem. Além disso, esta teoria de Piaget fala que em sala de aula, o educador tem que fazer com seu alunos interaja com o meio em que vive, pois só assim ele irá ter construído a realidade.

Referências Bibliográficas

PALACIOS, C. & ZAMBRANO, E. Aprender e Ensinar Ciências: Uma Relação A Considerar. Dois pontos. Verão 93/94.

Não era o que você procurava ou precisa de mais informações? Entre no Portal de Educação do OBrasill.com e encontre artigos relacionados.